O recente caso da Zara me fez refletir sobre a importância de se adotar um planejamento que vise o desenvolvimento de uma reputação sólida como recurso estratégico para a empresa. As denúncias sobre as suspeitas de trabalho escravo na produção de roupas para a marca Zara circularam pela Internet e pelas mídias sociais. Vi muitas declarações do gênero: – Nunca mais compro na Zara!
Porém, a repercussão do caso foi menor do que o esperado e não circulou por tanto tempo na Internet, apesar de causar danos à marca. E o porquê disso? Porque a Zara tem boa reputação, construída ao longo de anos junto aos seus públicos. Com isso, antes de condenar, o consumidor decide dar uma segunda chance à empresa.
Assim, percebe-se a importância da construção de uma reputação sólida. Mas como ela é criada? Segundo Paul Argenti¹, uma reputação sólida é criada quando a identidade de uma empresa e sua imagem estão alinhadas. Isso significa que a reputação deve ser pensada estrategicamente, pois é construída ao longo dos anos e deve ser sustentada e defendida através de ações que formem uma identidade única e projetem uma imagem coerente e consistente para o público, já que a reputação está baseada na percepção de todos os públicos da empresa.
E qual o interesse em se ter uma reputação sólida? Uma boa reputação tem implicações estratégicas para uma empresa, porque chama atenção para as características e valores positivos da empresa, aumentando o vínculo com o público interno e externo e atraindo novos investimentos. Além de poder atrair e reter os maiores talentos e ter consumidores mais fiéis à marca.
As constantes mudanças no ambiente de negócios e a rápida circulação de informações na Internet e nas mídias sociais demanda uma maior transparência e ética, exigindo que as empresas pensem na construção e manutenção de reputações mais sólidas. E para conhecer a sua reputação, a empresa deve analisar sua identidade e imagem e fazer pesquisa junto aos diferentes públicos.
Portanto, é imperativo que os gestores fiquem atentos às mudanças do mercado e pensem no planejamento estratégico de forma a integrar as áreas da empresa e que seja coerente com a identidade, valores e práticas da marca.
1. Argenti, Paul. Comunicação Empresarial: a construção da identidade, imagem e reputação. Rio de Janeiro: Campus, 2006.